A Desert Quest certamente é uma das quests mais conhecidas de todo o Tibia, tanto que ela até mesmo chega a ser citada no manual oficial do jogo. No entanto, apesar de grande parte das pessoas saberem o que fazer para receber a recompensa da quest, a maior parte das pessoas não faz idéia de como chegar na solução da quest (ou seja, simplesmente resolvem a quest mecanicamente sem saber como se chega nessa resposta, isso porque alguém ou algum site contou a resposta).
No artigo de hoje, escrito pelo nosso parceiro Langobardis (um grupo de roleplayers do mundo de Neptera), será revelado um segredo há muito esquecido no Tibia que é a verdadeira forma de se resolver a famosa Desert Quest. O objetivo do artigo é resgatar um pouco da magia do RPG do Tibia, que ultimamente anda sendo deixada de lado.
Prefácil
Epígrafe: Eis um texto sobre como resolver a famigerada Desert Quest sem o spoil, pode ser de grande utilidade para que mostremos a powergamers um pouco da magia do RPG. Dedicado a todos os hard-roleplayers que não fizeram Desert até hoje só para se acharem fodas.
O presente artigo foi originalmente escrito pelo membro da Langobardis Zé dos Corvo. Eu, Tiago Paolini (administrador do blog Tudo sobre Tibia), acrescentei ao artigo algumas informações as quais eu julguei necessárias, e também dividi o texto em capítulos. O texto do presente artigo também contou com a valiosa revisão do Hunter of Dragoes, um dos administradores do TibiaWiki.
A razão disso é que no texto original o autor não quis dar muitos spoils da quest, no entanto eu julguei que sem essas informações ficariam muitos "buracos" na narrativa. Mas em todo o caso, caso você queira ver o artigo original, sem modificações, ele pode ser encontrado aqui (no fórum oficial da Langobardis).
Na verdade, mais do que simplesmente adicionar novas informações ao texto original, o presente artigo pode ser entendido mais uma nova versão do texto original ou um texto novo baseado nesse texto original.
O artigo foi escrito não de uma forma descritiva, como todos os demais desse blog, mas sim de uma forma narrativa (ou seja, contando uma história). A história é sobre quatro aventureiros que foram ao Deserto de Jakundaf (Jakundaf Desert) em busca de uma biblioteca escondida.
Nos trechos que eu acrescentei eu busquei manter o mesmo estilo narrativo do restante do texto. Apesar de eu não ter grande experiência em tal estilo, julgo que o resultado ficou bom o bastante para a finalidade roleplay dele e que se encaixa direito com o resto do texto.
Dito isso, que comece a grande aventura!
1. O início da jornada
Quatro jovens aventureiros, um de cada vocação, estavam passando pela cidade de Venore. Na cidade, eles escutaram de alguns rumores de pessoas que avistaram uma biblioteca perdida que ficaria subterrâneo do deserto à oeste da cidade, o Deserto de Jakundaf, e também de valiosos tesouros escondidos na caverna. Mas também ouviram que nenhuma delas havia conseguido entrar na biblioteca ou encontrar algum tesouro.
Eles ficaram imaginando por qual razão alguém esconderia uma biblioteca inteira em um local tão isolado, porque as pessoas não conseguiam entrar nela e se ela tinha alguma conexão com os tesouros de que se fala. Conversando entre si, chegaram à conclusão de que deveria haver algo bastante importante na biblioteca para alguém querer escondê-la e protegê-la. Mas o que seria? Seriam feitiços há muito perdidos? Seriam receitas de poderosas poções? Seriam tesouros além da imaginação?
Então os quatros bravos aventureiros decidiram partir para o Deserto de Jakundaf a fim de investigarem sobre a misteriosa biblioteca e desvendar os seus segredos. Muitas pessoas já tentaram se aventurar por esse deserto, e várias não voltaram... Será que os aventureiros terão sucesso em sua jornada?
2. O caminho sem volta
A princípio nossos aventureiros partem em direção ao deserto de Jakundaf, em busca da biblioteca escondida que fica em seus túneis. Após vagarem pelo deserto, encontraram perto das ruínas encontraram um misterioso sacerdote de Fafnar, chamado Adrenius, que vivia no local. Antes de explorarem as ruínas, os nossos aventureiros decidiram descansar um pouco no pequeno templo do Adrenius.
Então depois foram explorar as ruínas, e notaram uma pilha de pedras no centro que parecia suspeita. Um dos aventureiros removeu as pedras com a sua pá, e por baixo encontraram algumas ruínas com uma entrada no chão que levava ao subsolo. Esse buraco parecia profundo e era bem escuro, não dava para ver para onde ele levaria ou qual a profundidade. Eles resolveram descer todos juntos, não iriam desistir mesmo antes de começar!
Chegaram dentro da caverna. O buraco ficava alto demais para voltar por onde vieram, era necessário procurar uma outra saída! Mas antes disso começaram a procurar por pistas da biblioteca. A caverna se estendia por túneis e mais túneis, subidas e descidas, um autêntico labirinto! Eles encontraram diversos monstros pelo caminho, como fire devils, beholders, orcs, minotaurs e slimes; mas com o seu trabalho em equipe conseguiram enfrentá-los! Com vários perigos e túneis que se estendiam como um labirinto, entenderam por que muitos entravam mas nunca voltavam da caverna. Mas felizmente para eles, estavam desenhando um mapa do local e marcando as passagens, assim não se perderiam.
Depois de muito caminharem, encontraram algo diferente: era um prédio que se estendia para dentro das paredes da caverna, e havia uma porta, deveria ser a biblioteca! E quando se aproximaram, viram que havia uma placa indicando que essa era a biblioteca mesmo! Mas ao tentarem abrir a porta, viram que ela estava trancada. Em princípio ficaram meio frustrados, mas logo se animaram pois já haviam chegado onde muitos nem conseguiram. Decidiram marcar o local no mapa e continuar investigando a caverna, pois em algum local deveria haver alguma pista de como entrar na biblioteca!
3. O diário de Morrin
Após procurarem por algumas pistas de como entrar na biblioteca, encontraram algo que realmente possa ajudá-los.
No final de um dos túneis, encontraram algo que parecia ser um corpo. Olhando mais de perto, ele era de uma pessoa, possivelmente algum dos aventureiros anteriores que tentou desbravar a caverna mas nunca retornou... Pelo estado do corpo, parecia estar morto há um bom tempo. Talvez ele tenha se perdido no vasto labirinto, e acabando morrendo de fome. Examinando o cadáver com cuidado, encontraram um livro. Estava escrito na capa: "Diário de Morrin". Deveria ser esse então o nome e o diário do finado aventureiro.
Nossos 4 aventureiros começaram a folhear o diário em busca de alguma pista que pudesse ser útil, e um trecho lhes chama a atenção. Morrin conta que encontrou a entrada da famigerada biblioteca, mas que também não conseguiu entrar porque a porta estava trancada, mas que ele se decidiu que deveria encontrar uma forma de entrar. Morrin diz que todos as pessoas que ele procurou disseram que não tinham a chave da biblioteca, mas que uma pessoa em especial lhe pareceu suspeita. Ele descrevia essa pessoa como um homem velho de botas vermelhas e calças azuis, que come baguete (roll, em Inglês) com carne (ham)* o dia todo. Morrin suspeitava que essa pessoa tinha a chave da biblioteca, mas que ele não conseguia a chave simplesmente porque não tinha a confiança desse velho. Então Morrin se determinou a buscar uma forma de ganhar a confiança.
* Nota do autor do artigo: Como se trata de um texto escrito em estilo de roleplaying, preferi deixar os nomes dos itens em Português para dar mais realismo à história.
Nossos aventureiros, intrigados com o que acabaram de ler, continuaram a procurar no diário mais informações interessantes, e encontram! Mais adiante no diário, Morrin diz que finalmente conseguiu ganhar a confiança do velho e que agora finalmente tinha a chave! No entanto, o diário abruptamente termina, a última coisa que Morrin diz é que é uma pena que ele teve de sair da biblioteca antes do amanhecer.
Nossos quatro aventureiros ficaram frustrados, pois esperavam encontrar maiores detalhes sobre a biblioteca. E inspecionando o corpo, não conseguiram encontram nenhuma chave... Mas ao menos agora eles tinham certeza de que havia sim uma forma de se entrar na biblioteca, e que em algum local existia uma chave para isso. Aquele misterioso velho de botas vermelhas e calças azuis, que foi citado no diário, deveria ser a solução para se encontrar a chave. Então nossos aventureiros continuaram sua exploração com o objetivo de encontrar maiores informações sobre esse velho.
4. O solitário Hagor
Em um dos túneis que exploravam, qual não foi a surpresa quando encontraram uma outra pessoa na caverna, e mais surpresos ficaram quando perceberam que essa pessoa se encaixava na descrição no diário do Morrin: um velho com botas vermelhas e calças azuis!
Eles se aproximaram para conversar com a misteriosa figura.
O velho aceitou falar com eles. Descobriram que ele se chamava Hagor. Ele era um grande explorador que viajava por todo o mundo e estava explorando a caverna, no entanto agora vive nela. Perguntaram-lhe a respeito de Morrin, e ele disse que o conhecia.
Hagor contou que fez um trato com Morrin, e perguntou aos nossos aventureiros se eles imaginavam sobre o que era o trato. Os aventureiros responderam que era sobre a chave para a biblioteca, e Hagor confirmou que era sobre isso mesmo. Ele disse que poderia fazer o mesmo trato com os nossos aventureiros, Hagor pediu que lhe dessem uma baguete fresca e então ele daria a chave. Um de nossos aventureiros abriu a sua mochila, e pegou uma baguete. Depois de darem o alimento a Hagor, este tirou de seu bolso uma chave e deu a eles.
Os quatros aventureiros ficaram bastante contentes. Finalmente! Seria essa a chave para entrar na misteriosa biblioteca?
5. A caminho da biblioteca
Com a ajuda de seu mapa, conseguiram encontrar novamente a entrada da biblioteca. Contudo, mais uma vez nossos aventureiros se frustram, a chave não funcionou... Um deles até exclamou sarcasticamente que estava tudo indo fácil demais. Teria Hagor enganado eles? Essa foi a dúvida dos nossos aventureiros.
Não, não deve ser esse o caso. É o que diz um dos aventureiros. Ele lembra que no diário o Morrin dava a entender que conseguiu entrar na biblioteca, então deveria haver uma forma de entrar na biblioteca com a ajuda da chave do Hagor. O aventureiro conclui que deve haver alguma outra entrada, ou outra coisa que ajude, a qual a chave possa abrir. Assim, os nossos quatro heróis deixam temporariamente a biblioteca para explorarem a caverna por alguma outra porta na qual poderiam usar a chave.
Após algum tempo, encontram uma outra porta fechada. E a chave funcionou nela! Atrás dessa porta, encontraram apenas um baú. Ao abrirem o baú encontraram uma outra chave. Seria essa chave a que abre a porta da biblioteca?
Nossos aventureiros resolveram voltar à biblioteca e testar a chave. Depois de andar por mais alguns túneis abandonados, finalmente encontram a tal biblioteca. A nova chave funcionou. Sim! Finalmente podem entrar na biblioteca. Quais tipos de mistérios encontrarão lá?
6. O enigma dos cinco viajantes - O verdadeiro mistério começa!
Bastante contentes, os nossos aventureiros entram na biblioteca.
São estantes e mais estantes repletas dos mais variados tipos de livros. Tantos, que os nossos aventureiros mal sabem por onde começar! Eles começam a pesquisar a biblioteca.
Um deles encontra um botão no chão. Intrigado, ele pisa no botão, mas aparentemente nada acontece. Os quatros aventureiros investigam o botão sem conseguirem descobrir nada, então resolveram deixar o botão de lado por enquanto e continuarem a investigar o resto da biblioteca.
Nela encontram vários livros interessantes e misteriosos. Há livros dos mais variados assuntos, desde manuais de combate até receitas há muito esquecidas de poções. Mas um livro escrito por Adrenius, um sacerdote de Fafnar que mora no templo na saída da caverna do deserto, lhes chamou a atenção.
Esse livro era uma crítica literária feita por Adrenius. Ele escrevia sobre uma série de seis livros chamados "Guia dos Aventureiros pelo Tibia" (Adventurers Guide Through Tibia), de autoria de um tal de Netlios, e que contava as jornadas pelo Tibia de cinco aventureiros viajantes. Do jeito com que Adrenius se referia à série, ela parecia ser bastante popular. No entanto Adrenius não gostou dela, pois achou ser uma fraude, ele achou que os aventureiros e as aventures descritas nos livros não eram verdadeiras.
Nessa crítica, Adrenius comenta que certa vez um viajante veio falar com ele tentando convencê-lo de que essas histórias eram reais. Adrenius conta que pediu a esse viajante que então contasse mais sobre os cinco aventureiros. Ele pediu que lhe dissesse o nome de cada um dos aventureiros, a idade deles, como a jornada de cada um terminou e quanto tempo a jornada de cada um durou. Adrenius disse que esse viajante tentou responder, e que a resposta parecia certa, mas que depois de ele (Adrenius) ler novamente a série chegou à conclusão de que o que o viajante respondeu não poderia estar correto, e que dessa forma suas palavras sobre os viajantes não eram verdadeiras.
Adrenius acrescenta que muitos outros tentaram procurar ele para dar essas respostas sobre a série de livros, mas que ninguém até agora deu uma resposta coerente. O que mais chamou a atenção dos nossos quatro aventureiros é a forma com que Adrenius conclui a sua crítica:
“Eu decidi dar uma recompensa ao primeiro que disser a mim a resposta correta.”
Adrenius se refere ao enigma sobre os cinco viajantes composto pela serie de livros "Guia dos Aventureiros pelo Tibia, volumes de I até VI". A recompensa prometida pelo sacerdote incentiva nossos aventureiros a buscarem pelos seis livros, porem apenas quatro deles estão na biblioteca e, aparentemente, os outros dois estão perdidos pelos túneis do deserto.
Nossos aventureiros decidiram então se separarem para procurar pelos dois livros restantes.
7. A busca pelos livros perdidos
Um dos aventureiros resolveu permanecer na biblioteca para continuar investigando aquele botão que encontraram há pouco. Ele supôs que já que o botão não tinha efeito algum na biblioteca, talvez devesse afetar algo em outro local da caverna. Assim, esse aventureiro disse que permaneceria na biblioteca para ficar em cima do botão enquanto os demais vasculhariam a caverna em busca dos livros, pois talvez o botão ajudasse de alguma forma.
Os outros três aventureiros concordaram, e saíram da biblioteca. Eles se dividiram e seguiram caminhos diferentes para procurar pelos livros, e haviam combinado que voltariam a se encontrar na biblioteca depois da busca.
Agora veremos o que cada um dos três conseguiu descobrir.
7.1 A sala misteriosa
Depois de muito andar, um dos aventureiros encontrou uma outra porta. Essa porta era bem diferente das outras, e era bastante enfeitada. Pela aparência, julgou que ela deveria levar a algum local importante. Então ele decidiu entrar por ela pois talvez os livros que faltavam estariam lá dentro.
O aventureiro encontrou do outro lado uma bela sala. Algo lhe chamou a atenção nela: havia quatro pedestais vazios, um em cada canto da sala, e uma alavanca. Cada um dos pedestais tinha ao lado um objeto diferente. Ao lado de um deles havia estátuas de cavaleiros, ao lado de outro havia flores, perto de outro tinha algumas pedras com raios de energia saindo delas e ao lado de outro haviam pedras coloridas. O aventureiro tentou puxar a alavanca, mas nada aconteceu.
Ele achou a sala estranha demais, pensou que deveria haver um significado para cada um dos pedestais. Ele julgou que deveria haver algo de especial sobre essa sala, porém mesmo depois de vasculhar a sala minuciosamente, não conseguiu encontrar e nem descobrir nada. Então o aventureiro marcou em seu mapa o local da sala, para que depois pudesse voltar nela, e saiu da sala para continuar a busca pelos livros.
Não muito longe dessa sala, ele encontra um portal e uma placa dizendo que o portal levava para fora da caverna. Excelente, exclamou ele. Apesar de não ter tido sucesso em encontrar os livros que estavam faltando, ao menos encontrou a saída do labirinto. Como já havia passado muito tempo desde que ele se separou de seus companheiros, resolveu então voltar para o ponto de encontro (a biblioteca) para contar a boa notícia de que ele achou a saída.
Enquanto ele voltava para a biblioteca, pensou como teriam se saído na busca os outros dois aventureiros.
7.2 Os baús protegidos
Agora vamos nos focar no que aconteceu com outro dos três aventureiros que se separaram em busca dos dois livros restantes.
Esse aventureiro, ao passar por um túnel onde já havia estado, notou uma pedra no final do túnel a qual ele não tinha percebido antes. Essa pedra parecia estar solta, deveria haver algo atrás dela, no entanto ela era pesada demais para ser movida. Mas, felizmente, ela não era grande demais para ser quebrada. O nosso aventureiro tirou de sua mochila uma picareta e quebrou a pedra.
Atrás da pedra, a passagem continuava. O aventureiro seguiu por ela, quando de repente foi surpreendido por dois orc bersekers, os quais ele conseguiu derrotar. Para esses monstros estarem no local, eles deveriam estar protegendo algo importante. Vasculhando a passagem, o aventureiro encontra um baú com uma chave dentro. Ele pega a chave, e julga que ela deve ser importante.
O aventureiro continua a explorar a caverna, e ele chega a um túnel que se abre levando a uma grande área. Nessa área há um enorme buraco no chão pelo qual dá para ver o andar de baixo. É possível ver uma pequena sala no centro cuja entrada estava guardada por alguns fire devils, era possível ver por cima da salinha que dentro dela havia um baú. É outro baú protegido por monstros, e este estava mais protegido ainda. Também deve ser importante o que há nele.
O aventureiro escala o buraco para o andar de baixo, e derrota os fire devils. Ele então tenta abrir a porta da sala, mas ela estava trancada. Então ele tenta usar a chave que havia encontrado há pouco tempo, e ela funcionou. Dentro do baú na salinha o aventureiro encontrou um livro. Era um dos dois livros que faltavam!
Feliz, o aventureiro parte de volta à biblioteca com o livro recém encontrado, pensando se os outros dois aventureiros que partiram para procurar os livros haviam encontrado o último que falta.
7.3 A passagem secreta
Agora veremos o que houve com o terceiro, e último, dos três aventureiros que se separaram em busca dos livros perdidos.
Esse aventureiro andou bastante pelos túneis, sem encontrar nada de interessante até que ele avistou no final de um deles uma sala nova. Ele tentou entrar nessa sala, mas a porta estava trancada. Outra porta trancada! E o aventureiro não tinha a chave para ela, então resolveu marcar a sala no seu mapa caso fosse necessário voltar nela mais tarde.
Nosso aventureiro continuou a busca pelos livros por mais algum tempo, sem ter sorte. Quando ele estava quase desistindo e pensando em voltar para a biblioteca, um dos túneis que ele já havia passado estava diferente de como estava no mapa. Ele havia passado pelo local já há algum tempo, quando os quatros aventureiros estavam juntos procurando por pistas de como entrar na biblioteca.
Antes o túnel terminava em um beco sem saída, mas agora a passagem continuava. O que será que foi feito para a passagem se abrir? Aí o aventureiro se lembrou de seu amigo que ficara na biblioteca, em cima de um botão. Daí o aventureiro conclui que esse botão devia ter aberto a passagem.
Ele continuou pela passagem, e encontrou no chão um buraco que levava a uma pequena sala. Ao descer nela, ele foi surpreendido por um escorpião, e com um golpe certeiro matou o escorpião. Passado o susto, ele notou um corpo sem vida o qual estava segurando um livro. O aventureiro pegou o livro, e viu que era um daqueles livros do Netlios que estavam faltando!
O aventureiro concluiu que esse corpo deveria ser do Netlios, autor na série de livros. Devido a essa sala estar bem escondida com o uso de uma passagem secreta, essa sala deveria ser o local que o Netlios se retirava para escrever. No entanto, algum escorpião da caverna deveria ter conseguido entrar na sala, e o Netlios não teve tanta sorte com o escorpião e morreu envenenado.
Com o livro, o nosso aventureiro decide regressar à biblioteca.
8. A história dos cinco viajantes
Após duras e perigosas buscas foram encontrados os dois livros que faltavam.
Os quatros aventureiros finalmente se reencontram dentro da biblioteca, e ficam bastante entusiasmados porque agora tinham em mãos a série completa "Guia dos Aventureiros pelo Tibia". Começaram a ler a série, e eis a história que os livros contam:
Volume I
Aventuras são sempre uma coisa excitante de se fazer. Mas ainda assim elas podem ser perigosas, alguém pode até mesmo morrer em suas viagens pelas terras.
Eu escrevi estes livros com o objetivo de mostrar o destino de 5 homens que se dedicaram a descobrir novas partes do Tibia. Cada um deles foi um guerreiro valente e um explorador de alto nível e todos passaram por excitantes aventuras. Suas jornadas foram de diferentes durações - uma terminou depois de 66 dias, outra depois de 100 dias. Cada jornada terminou em uma situação bastante perigosa; uma situação até mesmo terminou tragicamente!
Volume II
Os aventureiros, que nós vamos acompanhar, nascerem em diferentes anos e assim eram todos de idades diferentes quando começaram a viajar pelo Tibia. O mais velho dentre esses homens tinha 42 anos de idade; o mais jovem tinha 38, quando ele começou a descobrir novas áreas de nossa terra. Nenhum dos cincos era tão velho quanto qualquer outro deles. Uma jornada terminou depois de 83 dias, uma depois de 117 e finalmente uma após 134 dias. Anaso, um dos exploradores, era um corajoso espadachim. Seu irmão Elaeus, o qual começou uma expedição assim como seu irmão, nunca quis usar uma espada - em vez disso ele era um excelente mago. Hestus, outro explorador do qual eu contarei a vocês, sempre vestia calças verdes, assim ninguém via o quanto elas estavam sujas e ele nunca tinha de lavá-las.
Volume III
A primeira fonte de perigo em potencial que eu quero discutir é o fogo! É claro que o fogo é necessário para sobreviver em um local selvagem - para cozinhar a nossa comida, para ter luz, nos aquecer em uma noite fria e escura... Mas sempre tome cuidado: o fogo não nos ajuda todo o tempo! Deixe eu te dar um exemplo: Um dos nossos exploradores se machucou seriamente, porque ele pisou no fogo que havia feito para si mesmo para cozinhar alguns peixes que ele acabara de pegar em um rio próximo. É claro, este foi o fim da jornada dele; a qual foi mais curta do que a jornada do mais jovem dentre os cinco aventureiros.
Volume IV
O tópico importante que eu vou examinar agora é: Como posso ter certeza de que bebi o bastante? Onde eu consigo o que beber? Não há muitas fontes de bebidas: Primeiro, você pode trazer algumas porções de água consigo. Segundo, você pode "encontrar" algo no seu caminho. Por exemplo, você pode cruzar um rio ou talvez chover um dia ou outro. E talvez você pode até encontrar bebidas pelo caminho, mas seja cuidadoso! Você nunca sabe o que há em uma poção que você encontra. Deixe-me novamente te dar um exemplo para ilustrar isso:
Um dos nossos cinco homens viajando pelo Tibia (o nome dele era maior do que o nome do aventureiro que foi atacado por um troll e assim teve de terminar sua jornada) um dia encontrou em seu caminho um frasco com uma poção. Ele estava com muita sede, e então bebeu o líquido que estava dentro. Ele não sabia (e como poderia?) que a poção estava envenenada. Depois de alguns momentos ele percebeu que se sentia pior e pior. Neste momento, ele teve de parar e retornar para casa. A propósito, o nome desse homem (o envenenado) era menor do que o nome do homem cuja jornada terminou depois de 83 dias.
Volume V
A próxima coisa que vamos examinar de perto, que talvez o assunto mais importante dos dias atuais, são os monstros. A maior parte dos aventureiros morrem nas mãos de monstros - seja porque as pessoas não estão bem preparadas, seja porque algumas pessoas são surpreendidas por eles ou pela a aparência ou o poder de um monstro, seja porque há 20 monstros onde você esperou que houvesse apenas um. Sempre tenha em mente: A nossa terra é de fato perigosa e você tem sempre de levar em conta que no próximo canto alguns monstros esperam por você - monstros que você nunca viu antes!
É claro, eu tenho uma pequena história sobre esse assunto:
Um aventureiro daqueles cinco - a sua viagem foi ao menos 18 dias mais curta do que a viagem de Hestus, o qual era um ano mais jovem do que ele - escalou uma escada, sem pensar no perigo que ele poderia se meter. Quando ele finalmente tocou o chão de novo, ele viu cara a cara um dragão cuspidor de fogo. Ele tentou fugir - tarde demais. Seu corpo foi encontrado semanas depois de sua morte...
Só para dizer: nenhum dos dois exploradores mencionados acima (Hestus e o homem que foi morto por um dragão) tinha 41 anos de idade. A jornada do homem de 41 anos de idade foi mais longa do que a jornada do homem que morreu em sua aventura.
Volume VI
Porque esse assunto parece ser o mais importante para mim, eu decidi escrever outro livro para alertar as pessoas do perigo de serem atacadas por monstros. Mais dois de nossos aventureiros (aqueles de quem eu sempre falo) também foram atacados por monstros:
Elaeus e o homem cuja jornada terminou depois de 66 dias, ambos foram atacados por monstros. Ambos eram mais jovens do que Gadinius e o homem que escapou por pouco do ataque de uma mãe urso, que defendia seus filhotes. Heso, que também foi um de nossos aventureiros, nunca viu um urso em toda a sua vida.
Um dos cinco aventureiros foi atacado por um bando de trolls!
Agora eles discutiram entre si para tentarem resolver o enigma proposto por Adrenius:
- O nome de cada um dos cinco viajantes.
- Suas respectivas idades.
- Como terminou a jornada de cada um.
- Quanto durou a viajem de cada um.
9. A solução do enigma
Depois de conversarem muito, raciocinarem bastante, quebrarem um pouco a cabeça, eles resolveram o enigma, e saíram da caverna pelo portal que um deles tinha descoberto anteriormente. Em seguida dirigiram-se então ao templo de Fafnar para contar a solução a Adrenius e obterem a tal recompensa.
Um dos aventureiros tomou a palavra e perguntou sobre o Netlios ao Adrenius, e ele respondeu: "Esse tolo! Seu livro não é mais do que uma grande fraude! Pelo menos isso é o que eu penso. Ou vocês encontraram a resposta para as minhas questões?". O aventureiro respondeu que sim. Adrenius, ainda meio cético, falou: "A propósito, eu gostaria de uma doação para o meu tempo. 500 gold está bom para você?".
O aventureiro concordou, e então Adrenius agradeceu e lançou o derradeiro enigma: "Muitíssimo obrigado! Agora me dê o nome da primeira pessoa em ordem alfabética, sua idade, seu destino, e quanto durou a sua jornada." O Aventureiro responde com convicção que o nome da primeira pessoa, em ordem alfabética, é Anaso, que ele tinha 41 anos, que terminou a sua jornada depois de ser atacado por uma mãe urso e que essa jornada durou 117 dias.
Adrenius, ainda sem perder o ar cético, diz: "Hmmm, talvez. O que você pode me contar sobre o segundo 'aventureiro'?". O nosso aventureiro responde com a mesma certeza que o nome da segunda pessoa era Elaeus, que tinha 39 anos, foi atacado por um dragão e que a jornada dele durou 100 dias.
O ar de ceticismo do Adrenius começa a ser quebrado um pouco, e ele fala: "Sim, isso pode ser verdade. O que você descobriu sobre o terceiro homem?". O aventureiro responde mais uma vez com firmeza, ele diz que o nome do terceiro homem era Gadinius, o qual tinha 42 anos, acabou a sua jornada porque pisou no fogo, a qual durou 83 dias.
Adrenius começou a ficar empolgado, embora se esforçasse para não demonstrar seu entusiasmo: "Correto de novo! Hmmmm... Eu duvido que você saiba algo sobre a quarta pessoa!". Mas o nosso aventureiro respondeu sem qualquer dúvida que a quarta pessoa se chamava Heso, tinha 40 anos, terminou sua jornada porque foi atacado por trolls e que ela teve 66 dias de duração.
Já claramente demonstrando alguma empolgação, Adrenius fala: "Sim! Realmente. Como você descobriu tudo isso? Eu aposto que você não sabe nada sobre o último aventureiro!". O nosso aventureiro responde com toda a convicção que o nome da última pessoa era Hestus, que tinha 38 anos, que teve de terminar a sua jornada porque bebeu veneno, a qual durou 134 dias.
Adrenius, bastante feliz e satisfeito, exclama: "Isso está certo! Por que eu não vi isso? É óbvio, Netlios estava certo, e as histórias dele são ótimas. Esperem, eu vou dar a vocês uma coisa!". Netlios pegou uma chave e a deu para os nossos aventureiros.
"Mais uma chave! Tudo isso para uma simples chave!". Exclamou frustrado um dos aventureiros para o seu grupo. "Espero que ela leve para algo muito importante mesmo!", completou ele. Então outro aventureiro disse que ele havia encontrado uma porta trancada enquanto procurava pelos livros, e que não tinha conseguido abrir ela. Os aventureiros então resolveram voltar à caverna para testar a nova chave nessa porta.
10. A sala dos quatro portais
Durante as buscas pelos livros, os aventureiros se depararam com varias portas fechadas, e a recompensa do sacerdote foi justamente uma chave. Uma delas em especial, nossos aventureiros suspeitam que seja a porta certa.
Voltaram então para a enorme caverna passando por todas as portas fechadas que se recordaram a fim de encontrar aquela que suspeitavam que seria aberta pela tal chave. E sem muitas demoras, encontraram. A porta abriu, e atrás dela havia uma sala com quatro portais.
O que havia além dos portais? Mesmo com receio do que poderiam encontrar, os quatros já haviam vindo de muito longe e passado por muitas coisas para simplesmente desistirem agora. Então resolveram seguir em frente!
Um dos aventureiros tentou passar por um dos portais, mas foi jogado para longe pela força do portal. Depois que ele se recuperou, com mais cuidado ele foi verificar cada um dos portais e os seus companheiros fizeram o mesmo. Cada um dos quatro aventureiros ao se aproximar de três dos portais pareciam sentir uma força expelindo eles, e só um dos portais parecia não repelir. No entanto, o mais curioso é que para cada um dos aventureiros o único portal que parecia funcionar era um portal diferente.
Intrigados com isso, eles começaram a pensar porque cada um tinha o seu próprio portal no qual poderia entrar. Eram quatro portais aparentemente iguais, e eles eram quatro pessoas. Qual seria a diferença entre um aventureiro e outro? Aí eles se recordaram que cada um dos quatro tinha uma vocação diferente: havia um druid, um knight, um paladin e um sorcerer. Então inferiram que cada portal devia funcionar apenas para uma vocação em específico. Com isso em mente, cada um dos quatro então entrou em seu respectivo portal.
Cada aventureiro foi transportado para uma sala diferente, e foram surpreendidos por monstros! O paladin se deparou com minotaur archers, o knight com orcs bersekers, o druid com bears e o sorcerer com fire devils. Hora do combate! Com movimentos ágeis e certeiros de sua arma, o knight derrota os orc bersekers. O druid ergue o seu báculo, e lança dele disparos mágicos que fulminam os bears. O paladino desvia com destreza dos tiros dos minotaur archers, e com grande precisão usa o seu arco e suas flechas para os derrotar. O sorcerer sacou uma runa mágica e a usou para lançar ataques mágicos contra os fire devils, os quais caíram vencidos. As batalhas foram ganhas!
Agora é o momento de explorar com calma as salas que eles foram parar. O knight encontra em sua sala uma estátua de um cavaleiro com as seguintes inscrições:
"Um knight deve sempre confiar em sua espada"
O druid encontrou algumas flores e perto delas as inscrições:
"Um druid deve estar sempre ligado à natureza, assim como uma maçã"
O paladin encontra algumas pedras coloridas com as inscrições:
"Um paladin é mestre na arte de lutar a distância, especialmente com seu crossbow"
O sorcerer encontrou umas pedras com raios de energia sobre elas, e perto delas as seguintes inscrições:
"Um sorcerer nunca deve esquecer suas magias, por isso sempre deve ter às mãos o seu livro de feitiços"
Cada um então saiu pelo o portal, e eles se reuniram.
11. A resposta final
Eles contaram uns para os outros o que haviam descoberto, e começaram a raciocinar a respeito: Eram quatro portais, quatro salas, cada um para uma das quatro vocações. Cada sala havia um objeto chamativo com alguns dizeres, e cada uma dessas inscrições se referia a uma vocação e um objeto. O do knight falava da espada (sword), o do druid falava de uma maçã (apple), o do paladin falava de um crossbow, e o do sorcerer falava de um livro de feitiços (spellbook).
Daí um dos aventureiros se lembrou que havia visto um salão com quatro pedestais vazios, do lado de cada um deles havia um objeto diferente e que esses objetos eram idênticos aos que cada um tinha encontrado na sala de sua respectiva vocação. Os nossos aventureiros raciocinaram que cada pedestal deveria corresponder à vocação simbolizada pelo objeto próximo, e como os pedestais estavam vazios então possivelmente deveria se colocar alguma coisa em cima. Mas o quê? Deve ser o objeto associado à respectiva vocação, do qual as inscrições falam! BINGO! Mataram a charada!!!
Os portais os levaram para lugares interessantes, e tudo pareceu se encaixar quando associaram o que haviam descoberto ao estranho salão próximo à saída. Naquele momento, eles sentiram que as historias dos guerreiros sobre um tesouro escondido nas profundezas de Jakundaf, eram reais.
Pegaram em suas mochilas o que era necessário, dirigiram-se ao salão. Cada um ficou em frente ao pedestal de sua respectiva vocação, e pôs sobre ele o objeto associado a sua vocação. Feito isso, talvez agora aquela alavanca que não funcionava passe a funcionar. E um deles puxa a alavanca!
E assim foi...
Os aventureiros foram no mesmo instante transportados para uma sala secreta onde encontraram o tesouro de Jakundaf, o esconderam em suas bolsas e partiram para Venore, para descansar de sua árdua viagem.
Eles não voltaram só mais ricos, voltaram com bem mais sabedoria devido aos enigmas que tiveram de solucionar e ao que aprenderam na biblioteca. E também voltaram orgulhosos por terem superado com sua força e intelecto muitos desafios, resolvendo complexos enigmas! Logo estarão prontos para a sua próxima aventura, e com certeza terão destinos bem melhores do que os cincos aventureiros das histórias de Netlios!Apêndice
Essa história conta de um jeito lúdico os passos reais necessários para se chegar à solução da famosa Desert Quest, e esperamos que ela tenha ajudado a reviver um pouco da magia do RPG do Tibia que anda meio esquecida, algo que jamais aconteceria se simplesmente fosse contada a resposta final: pôr os itens tais nos pedestais tais e puxar a alavanca.
Só para recordar, aí vai um resumão dos passos necessários para se desvendar o mistério:
- Encontrar e ler o diário de Morrin, o que leva a Hagor.
- Falar sobre o Morrin ao Hagor, e dar a ele um roll para receber a chave da biblioteca.
- Entrar na biblioteca, e descobrir o livro do Adrenius que fala sobre a recompensa que ele dará a quem resolver o enigma da série de seis livros do Netlios.
- Encontrar na biblioteca quatro desses seis livros, descobrindo que faltam dois.
- Encontrar um desses dois livros em uma salinha protegida por fire devils, a qual pode ser aberta com uma chave que fica em um baú depois de uma passagem bloqueada com uma pedra (se usa uma pick para quebrar ela).
- Encontrar o outro desses dois livros em uma sala que fica depois de uma passagem secreta que é aberta quando alguém fica em cima de um botão na biblioteca.
- Com a série completa, então se soluciona o enigma usando lógica e dedução.
- Conta-se a solução ao Adrenius, o qual dá uma chave.
- Usa-se essa chave para abrir uma sala com quatro portais, os quais cada um funciona apenas com uma vocação em específico.
- Cada portal leva a uma sala específica a sua respectiva vocação, e nela há um objeto e inscrições referentes a essa vocação.
- Cada inscrição liga a vocação a qual se refere a um item em específico.
- Então assim se deduz quais itens devem ser postos em quais pedestais na sala final da quest.
Que tal você também tentar solucionar a Desert Quest do jeito que ela foi feita para ser resolvida? :)
No Tibia freqüentemente são adicionadas novas quests, e é sempre possível que haja algumas que ainda não foram descobertas. Então que tal você também tentar ser um explorador e viver a sua própria história?
Boa sorte em suas aventuras, leitores... E que o RPG esteja com vocês!
Leitura recomendada: A arte do Roleplay.